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NOSSAS NÚPCIAS

Pra sempre será meu amado,
Sei que também sou a sua vida
Sua esposa, seu amor e querida,
És tudo pra mim, eterno namorado.

Tenho um sublime e doce amor,
Quero viver a sorrir contigo
Mas se precisar serei ombro amigo
Darei minha mão a consolar-te na dor.

Nosso enlace é perfeição
Pois unimos de coração
Em uma condição honrosa.
Ensinaste-me a amar
Para sempre vou usar
O seu nome, orgulhosa!

CHORO DE ITAJAÍ

Chuva fria céu escuro, vejo um corpo vagando na noite procurando alento. Não se sabe onde e nem quando ele vai parar. Sua roupa, abrigo e os seus se foram há horas... Já não sente o arrepio do frio, já nem reclama sede e ignora a fome que lhe corrói por dentro.
Num cambaleio senta-se em um canto qualquer, sentindo o fraquejar das forças, leva as mãos em conha à face para esconder suas lágrimas, aliás, é a única coisa quenta que experimenta agora. Diante dos olhos um filme, na memória os domingos de almoço em família, das noites em que dormia em seu leito macio e seco ao lado da amada. Tinha também dos filhinhos que vinham fazendo festa ao seu encontro para recebê-lo após um dia de trabalho, depois de um beijo, o violão. De repente uma dor aguda lhe traspassa o peito. Por onde anda seus filhinhos? E sua amada? Cadê o seu mundo que construíra com tanto suor? Não se reconhecia mais, fora transformado num farrapo humano. A abençoada água que dá vida, dessa vez a tirou e trouxe a morte. Em cada pessoa que por ele passa procura um sorriso que lhe traga boas novas, dizendo que isso foi só um sonho, um sonho mal e que essa dor vai passar. Amanhece e mais um corpo, outro e outro...Da minha janela, muda, observo tudo. Crianças se agarram nas suas mães com os olhos escorridos enquanto seus pais tentam salvar o vizinho, o amigo e o desconhecido. Barcos navegam nas ruas encharcadas buscando e levando sobreviventes relutantes, num vai e vem sem fim passando em meio a objetos dos mais diversos, flutuando no caldo grosso e lamacento. Ora trazem cãezinhos assustados, ora trazem pássaros que presos não podem escolher para onde voar. Contemplo horas a fio, e nada, nada posso fazer a não ser aguardar e chorar de longe com eles o seu infortúnio. Também estou ameaçada, não posso deixar que meu universo também transforme-se num vácuo perdido em lembranças póstumas. Preciso estar alerta a qualquer sinal de água que tenta invadir o meu espaço. Há dias que falta-me a água, falta o alimento, a energia e também o sono. Também, neste momento sobra-nos o dinheiro, a solidariedade e muita esperança . Já ouço ao longe o sinal de socorro, hélices trazendo calma, calor e amor. Porém agora ouço também o motor de um caminhão frigorífico, funesto e nefasto e para aqueles corpos dentro dele, tudo isso agora já é tarde demais.

NOSSO ROMANCE

Onde andavas meu senhor e nobre?
Espero-te, chegando em ar garboso.
Quero caber mesmo que bem sobre,
Dentro do seu abraço caloroso.

Dispa-se de receio e pudor
Nos alvos lençóis sem censura,
Se enrosque com tato e amor
Enlaçando a delgada cintura.

Trás o hálito perfumado e quente
Roçando o teu peito no meu,
Tomando nos braços ternamente
Colhe os beijos que mereceu.

E O QUE É O AMOR?

O amor é meu ar
MInha vida,
Respiração!
Nada pesa
Tudo suporta
Que me transporta
Pela emoção
Me leva sonhando
Voar pelo mundo
Mergulhar bem fundo
Me deixa assim...
Levitando!
O amor é magia
Doce poesia
É voz e canção
Brilho no olhar
Carinho do vento
Puro sentimento
do coração!